Nessa imensa selva que é a Internet, uma entidade existe que supervisiona, regista e ordena o caos que pauta o diário frenesim que é criado pelos milhões de dedos humanos que batem nas teclas das suas tecnologias. Essa entidade é o Google, anteriormente um simples website, hoje em dia elevado ao estatuto de Deus.
Graças a Matt MacPherson, o criador do Googlismo e da Igreja do Google (http://www.thechurchofgoogle.org), este passou a ser um adversário a considerar nessa luta das entidades divinas perpetuada não por elas próprias, mas pelos seus leais seguidores. Porque não basta acreditar sozinho, uma religião só faz sentido se todos acreditam, e para os que não acreditam... para esses... algum castigo é celeramente providenciado. Mas é nestes pontos que a igreja do Google se mostra extraordinariamente diferente, não promete castigo caso não tenham fé na sua entidade máxima, mas um simples agoiro de más procuras na internet. E é com estas e com outras auto-proclamadas diferenças que o googlismo revela a sua natureza política e irónica de anti-religião.
Listando 9 provas quase tão dogmáticas como só as religiões milenares conseguem ser, esta igreja consegue fundamentar os seus ideais baseando-se nos paradoxos e teorias circulares mais cómicas de todas as outras religiões. Se quisermos procurar a entidade no nosso planeta que melhor corresponde à definição de Deus, o Google é de facto o mais próximo que existe a algo omnisciente, omnipresente e imortal. Mais uma vez, a diferença abonatória é o facto de o Google ter uma cara, ser ao mesmo tempo físico e imaterial. Se pregarmos ao Google, ele ouve, registra e ainda responde.
Frederico de Almeida
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